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Relação da atividade elétrica dos músculos supra e infra-hióideos durante a deglutição e cefalometria

Resumos

OBJETIVO: investigar a influência da postura habitual da cabeça, da posição mandibular e do osso hióide na atividade dos músculos supra e infra-hióideos durante deglutição de diferentes consistências de alimentos. MÉTODO: estudo observacional, transversal, com mulheres entre 19 e 35 anos, sem alterações miofuncionais de deglutição. A postura craniocervical, posição da mandíbula e osso hióide foram avaliados pela cefalometria. A atividade eletromiográfica dos músculos supra e infra-hióideos foi coletada durante a deglutição de água, gelatina e biscoito. RESULTADOS: amostra com 16 mulheres, média de idade 24,19±2,66 anos. No repouso, observaram-se correlações negativas/moderadas entre a atividade elétrica dos músculos supra-hióideos com as variáveis posturais NSL/CVT (posição da cabeça em relação às vértebras cervicais) e NSL/OPT (posição da cabeça em relação à coluna cervical) e positiva/moderada com o ângulo CVA (posição de flexão/extensão da cabeça). Durante a deglutição do biscoito, a atividade dos músculos infra-hióideos apresentou correlação negativa/moderada com o ângulo NSL/OPT. Constatou-se maior atividade elétrica dos músculos supra-hióideos durante a deglutição de todos os alimentos testados e, dos músculos infra-hióideos, no repouso. Os supra-hióideos foram mais ativos que os infra-hióideos durante a deglutição, entretanto, houve aumento da atividade eletromiográfica em ambos os grupos musculares durante a deglutição do biscoito, comparado com a deglutição de água e gelatina. CONCLUSÃO: a hiperextensão da cabeça repercutiu na menor atividade dos músculos supra-hióideos no repouso e, dos músculos infra-hióideos, na deglutição. A consistência do alimento influenciou na atividade elétrica dos músculos supra e infra-hióideos, havendo maior recrutamento muscular na deglutição de alimento sólido.

Postura; Deglutição; Eletromiografia; Cefalometria


PURPOSE: to investigate the influence of the habitual head posture, jaw and hyoid bone position on the supra and infrahyoid muscles activity of the muscles during swallowing of different food textures. METHOD: an observational, cross-sectional study, with women between 19 and 35 years, without myofunctional swallowing disorders. The craniocervical posture, position of the mandible and hyoid bone were evaluated by cephalometry. The electromyographic activity of the supra and infrahyoid muscles was collected during swallowing water, gelatin and cookie. RESULTS: sample of 16 women, mean age 24.19 ± 2.66 years. At rest, there were negative/moderate correlations between the electrical activity of the suprahyoid muscles with NSL/CVT (head position in relation to the cervical vertebrae) and NSL/OPT (head position in relation to the cervical spine) postural variables, and positive/moderate with the CVA angle (position of flexion/extension of the head). During swallowing the cookie, the activity of infrahyoid muscles showed a negative/moderate correlation with NSL/OPT angle. It was found higher electrical activity of the suprahyoid muscles during swallowing of all foods tested, and of the infrahyoid muscles at rest. There was difference on the muscle activity during swallowing of foods with different consistencies, which was higher with cookie compared to water and gelatin. CONCLUSION: the head hyperextension reflected in lower activity of the suprahyoid muscles at rest and of the infrahyoid muscles during swallowing. The consistency of food influenced the electrical activity of the suprahyoid and infrahyoid muscles, with greater muscle recruitment in swallowing solid food.

Posture; Deglutition; Electromyography; Cephalometry


ARTIGOS ORIGINAIS

Relação da atividade elétrica dos músculos supra e infra-hióideos durante a deglutição e cefalometria

Maria Elaine TrevisanI; Priscila WeberII; Lilian G.K. RiesIII; Eliane C.R. CorrêaIV

IFisioterapeuta; Professora Assistente do Departamento de Fisioterapia e Reabilitação da Universidade Federal de Santa Maria; Doutoranda em Distúrbios da Comunicação Humana pela Universidade Federal de Santa Maria

IIFisioterapeuta; Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana pela Universidade Federal de Santa Maria

IIIFisioterapeuta; Professora Adjunta do Departamento de Fisioterapia da Universidade do Estado de Santa Catarina; Doutora em Biologia Buco-dental/Anatomia pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Unicamp

IVFisioterapeuta; Professora Adjunta do Departamento de Fisioterapia e Reabilitação da Universidade Federal de Santa Maria; Doutora em Biologia Buco-dental/Anatomia pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Unicamp

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Maria Elaine Trevisan Universidade Federal de Santa Maria Avenida Roraima 1000 – Prédio 26, Sala 1308 – Cidade Universitária – Bairro Camobi Santa Maria – RS – Brasil CEP: 97105-900 E-mail: elaine.trevisan@yahoo.com.br

RESUMO

OBJETIVO: investigar a influência da postura habitual da cabeça, da posição mandibular e do osso hióide na atividade dos músculos supra e infra-hióideos durante deglutição de diferentes consistências de alimentos.

MÉTODO: estudo observacional, transversal, com mulheres entre 19 e 35 anos, sem alterações miofuncionais de deglutição. A postura craniocervical, posição da mandíbula e osso hióide foram avaliados pela cefalometria. A atividade eletromiográfica dos músculos supra e infra-hióideos foi coletada durante a deglutição de água, gelatina e biscoito.

RESULTADOS: amostra com 16 mulheres, média de idade 24,19±2,66 anos. No repouso, observaram-se correlações negativas/moderadas entre a atividade elétrica dos músculos supra-hióideos com as variáveis posturais NSL/CVT (posição da cabeça em relação às vértebras cervicais) e NSL/OPT (posição da cabeça em relação à coluna cervical) e positiva/moderada com o ângulo CVA (posição de flexão/extensão da cabeça). Durante a deglutição do biscoito, a atividade dos músculos infra-hióideos apresentou correlação negativa/moderada com o ângulo NSL/OPT. Constatou-se maior atividade elétrica dos músculos supra-hióideos durante a deglutição de todos os alimentos testados e, dos músculos infra-hióideos, no repouso. Os supra-hióideos foram mais ativos que os infra-hióideos durante a deglutição, entretanto, houve aumento da atividade eletromiográfica em ambos os grupos musculares durante a deglutição do biscoito, comparado com a deglutição de água e gelatina.

CONCLUSÃO: a hiperextensão da cabeça repercutiu na menor atividade dos músculos supra-hióideos no repouso e, dos músculos infra-hióideos, na deglutição. A consistência do alimento influenciou na atividade elétrica dos músculos supra e infra-hióideos, havendo maior recrutamento muscular na deglutição de alimento sólido.

Descritores: Postura; Deglutição; Eletromiografia; Cefalometria

INTRODUÇÃO

O processo de deglutição é um complexo mecanismo sensório-motor que envolve, sequencialmente, excitação e inibição de diferentes níveis do Sistema Nervoso Central (SNC)1,2. É caracterizado por três fases (oral, faríngea e esofágica) que requerem movimentos coordenados de boca, língua, laringe e esôfago e são independentes uma das outras1-3. No entanto, a geração de padrões do SNC controla o tempo destes eventos e as manifestações periféricas dessas fases que dependem de estímulos sensoriais periféricos3. A fase oral da deglutição é um evento voluntário enquanto que a faríngea é involuntária e independente1. Porém, a deglutição ocorre sempre em uma mesma sequência sendo as respostas da faringe e esôfago dependentes das características do bolo alimentar1-3.

Cabe salientar a complexidade da fase faríngea que requer a concomitância de uma série de eventos que incluem o deslocamento ântero-superior do osso hióide e da cartilagem tireóidea; fechamento da epiglote; fechamento das pregas vocais e abertura do esfíncter esofágico superior. O deslocamento do hióide para cima e para frente ocorre a partir do momento em que o bolo passa para a cavidade faríngea e depende da contração dos músculos da base da língua e supra-hioídeos4-6.

Para uma função deglutitória eficiente, a mandíbula assume uma posição fixa e estável, pela intercuspidação das superfícies oclusais, imediatamente antes da língua impulsionar o bolo alimentar para a orofaringe7. Por sua vez, a estabilização mandibular permite a contração dos músculos supra-hióideos e, consequentemente, tração do osso hióide e laringe na direção ântero-superior garantindo uma deglutição segura7,8.

Há evidências de que a posição de repouso mandibular sofre alterações em decorrência de interferências oclusais, disfunção temporomandibular, estresse, obstrução nasal e posicionamento da cabeça9. Tendo por base as relações estabelecidas entre a postura craniocervical e a morfologia craniofacial, alterações na postura corporal, em especial a da cabeça, tendem a alterar a atividade dos músculos que participam do posicionamento de repouso mandibular10. Os músculos supra-hioídeo estão diretamente envolvidos na estabilização da mandíbula durante a intercuspidação e trituração dos alimentos, assim como na elevação ativa do osso hióide e da laringe durante a deglutição, existindo estreita associação entre as funções que envolvem a postura da mandíbula e a ação dos músculos supra e infra-hióideos11.

A anteriorização da cabeça é uma alteração postural comumente observada que leva a compensações tais como, hiperextensão do crânio e da coluna cervical superior e flexão da curvatura cervical inferior. Provoca também alteração no posicionamento da mandíbula, do osso hióide e da língua, modificando as relações biomecânicas craniocervicomandibular e, consequentemente, a posição de repouso mandibular. A mandíbula que se posiciona em retrusão e elevação traciona e aumenta a tensão da musculatura supra-hioidea12.

A harmonia e o equilíbrio entre a forma e a função são essenciais na determinação da condição de saúde do sistema estomatognático. Assim, compreender a relação entre a postura craniocervical, posição da mandíbula e do osso hióide sobre a atividade dos músculos supra e infra-hioídeos pode elucidar as alterações biomecânicas que eventualmente comprometem as funções estomatognáticas, particularmente, a deglutição.

Estudos recentes têm investigado o comportamento dos músculos supra e infra-hióideos em diferentes posicionamentos do corpo e da cabeça durante a função deglutitória7,13-15. De forma distinta, este estudo se propõe a investigar a influência da postura habitual da cabeça, da posição mandibular e do osso hióide sobre a atividade dos músculos supra e infra-hióideos durante a deglutição de três diferentes tipos de alimentos.

MÉTODO

O presente experimento foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição local, sob Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) número 0281.0.243.000-08. As voluntárias foram incluídas na pesquisa após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Trata-se de um estudo do tipo observacional, transversal, com análise quantitativa dos dados. Uma fonoaudióloga com experiência em motricidade orofacial avaliou as participantes, previamente a inclusão ao estudo, tendo por base o Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial com Escores (AMIOFE)16.

Os critérios de inclusão na pesquisa foram: sexo feminino, idade entre 19 e 35 anos, que não apresentassem alterações miofuncionais durante as funções mastigatórias e deglutitórias.

Foram critérios de exclusão da pesquisa: relato de trauma facial, procedimentos cirúrgicos ortopédicos craniomandibulares ou cervicais, deformidades musculoesqueléticas, desordem temporomandibular (DTM), alterações oclusais classe II e III de Angle, falhas dentárias, mordida aberta anterior e posterior, mordida cruzada, de topo e sobremordida, bem como uso de aparelho ortodôntico atual. A presença de DTM foi investigada por um único examinador, utilizando o instrumento Critérios de Diagnósticos para pesquisa de Desordem Temporomandibular RDC/TMD17. As más-oclusões foram avaliadas em fotografias intra-orais observadas por um Ortodontista.

A postura craniocervical, posição da mandíbula e do osso hióide foram avaliadas por meio da cefalometria. Para isso, as voluntárias foram submetidas a uma radiografia lateral direita do crânio e coluna cervical em posição ortostática habitual, sem qualquer instrução para correção do posicionamento e, a fim de reproduzir o posicionamento natural da cabeça, mantiveram o olhar fixo para o reflexo dos seus olhos no espelho localizado a um metro de distância18,19. A radiografia foi realizada no equipamento Orthophos Plus (Siemens, Alemanha), com uma distância foco filme fixa em 1,52 m.

As variáveis angulares que aferiram a postura craniocervical foram: CVT/EVT – relação da curva cervical (Figura 1); NSL/OPT e NSL/CVT- posição da cabeça em relação à coluna cervical e vértebra cervical, respectivamente (Figura 2); CVA – posição de flexão/extensão da cabeça e CPL/linha horizontal – posição de anteriorização da cabeça (Figura 3)18,20,21. A posição mandibular e a posição espacial do osso hióide foram determinadas, respectivamente, pelo ângulo NSL/ML (inclinação da base do crânio em relação à mandíbula)18 e pela distância linear deste até o mento (HY/ME), mandíbula (HY/ML) e terceira vértebra cervical (HY/C3) (Figura 4)4.





Os cefalogramas foram traçados manualmente em papel acetato com auxílio de uma lapiseira com ponta 0.3 mm, fita adesiva, borracha macia, com as radiografias posicionadas sobre um negatoscópio a fim de permitir uma melhor visualização das estruturas. Para realização das medidas angulares, foi utilizado um transferidor, e para as medidas lineares, uma régua milimetrada. Todas as medidas foram traçados manualmente por um mesmo examinador.

O ângulo crânio-vertebral (CVA) classifica gradualmente a posição ântero-posterior do crânio em relação à coluna cervical: CVA entre 96º-106º corresponde à postura normal da cabeça, < 96º, extensão da cabeça e >106º, flexão da cabeça20.

A partir do ângulo CPL distinguiram-se os indivíduos com uma posição mais anteriorizada da cabeça (CPL < 80º), daqueles que apresentaram uma menor anteriorização da mesma (CPL ≥ 80º)22.

Para a coleta dos sinais eletromiográficos (EMG) do grupo muscular supra e infra-hióideo, os indivíduos foram orientados a se sentar em uma cadeira em posição confortável, orientados pelo Plano Frankfurt, olhos abertos, sendo realizada pelo menos três coletas para cada um dos testes em busca do melhor sinal eletromiográfico23. A temperatura da sala foi mantida em aproximadamente 25ºC e com controle de possíveis ruídos que pudessem interferir na coleta EMG. Utilizou-se o equipamento Miotool400 (Miotec, Porto Alegre, Brasil), composto por quatro canais, 14 bits de resolução, frequência de amostragem de 2000 Hz por canal. Filtro tipo Butterworth usando passa-banda com frequência de corte de 20Hz e 500Hz. Foram utilizados sensores pré-amplificados ativos com entrada diferencial ligados a eletrodos de Ag/AgCl do tipo DOUBLE (Hal Indústria e Comércio Ltda) posicionados na região supra e infra-hióidea.Um eletrodo de referência unipolar (Meditrace 100 Infantil) foi posicionado no manúbrio esternal com o objetivo de reduzir interferências e/ou ruído durante a aquisição dos sinais EMG24.

A aquisição dos dados EMG foi realizada durante a deglutição de 20 ml de água, 20 ml de gelatina e metade de um biscoito (BONO®). O tamanho do bolo de líquidos finos foi baseado em estudo anterior25 e a sequência água, gelatina e biscoito foi aleatória e mantida para todas as participantes. Após mastigação, se necessário, dependendo da textura/consistência do alimento, a voluntária foi orientada a engolir todo o volume oferecido em um único gole, sob o comando verbal do avaliador. Para cada textura/consistência foram realizadas três tentativas (deglutições) com intervalo de 1 minuto entre elas, totalizando nove deglutições para cada voluntária.

Os sinais foram analisados utilizando-se programa em Matlab (The MathWorks®, versão 5.3). Para detectar o início da atividade de deglutição (t1) passou-se um filtro passa-alta de 20Hz e passa-baixa de 50Hz26. t1 foi determinado como o ponto onde a amplitude do sinal do supra-hióideo tornou-se maior do que três desvios padrões (DP) daquele observado na amplitude média (atividade basal) antes da atividade de deglutição de cada indivíduo. O final da atividade de deglutição (t2) foi determinado após 2000ms de t1 (t1 + 2000ms= t2). Os sinais dos músculos supra e infra-hióideos foram alinhados e os pontos t1 e t2 foram os mesmos para os dois músculos.

Para determinar as integrais da EMG (∫ EMG) foi utilizado filtro passa-alta de 20Hz e passa-baixa de 400Hz. As ∫ EMG durante a deglutição foram demarcadas entre t1 e t2. Estas ∫ EMG foram corrigidas pela ∫ EMG (%) da linha de base, que foram calculadas entre 50 e 150ms depois do início da coleta de dados conforme a equação abaixo:

Onde∫EMG é a integral do sinal EMG dentro do espaço de tempo determinado para as atividades de deglutição (água, gelatina e biscoito) menos 20 vezes 100ms de base da EMG registrada entre 50 e 150ms depois do início da coleta (figura 5). As ∫ EMG durante o repouso foram demarcadas entre t1 e t2 compreendendo espaços de tempo mediais de 2000ms (t1 + 2000ms= t2), conforme a equação abaixo:


Para a normalização, a ∫ EMG de cada atividade foi expressa como o máximo valor obtido entre as três repetições da deglutição do biscoito para cada músculo e sujeito.

Os participantes foram caracterizados por meio da estatística descritiva (média, desvio-padrão) e para cada variável foi considerada a média aritmética de três tentativas. Para a análise da normalidade dos dados e da homocedasticidade, foram utilizados o teste de Shapiro-Wilk e o teste de Levene, respectivamente. Foi realizada a análise de variância de medidas repetidas, para testar o efeito do fator fixo músculos (supra-hióideos e infra-hióideos) e do fator fixo deglutição (água, gelatina, biscoito) e a interação destes fatores na variável dependente quantitativa atividade muscular. Em todas as análises, quando constatado efeito significante, empregou-se o teste de post hoc HSD de Tukey. Para analisar a diferença entre a atividade dos músculos supra-hióideos e infra-hióideos durante o repouso, utilizou-se o teste t para dados pareados. O coeficiente de correlação de Pearson foi utilizado para examinar a relação entre as variáveis cefalométricas e eletromiográficas. Correlação menor que 0,2 indica uma associação muito baixa; entre 0,2 e 0,3 baixa; entre 0,4 e 0,69 moderada; entre 0,7 e 0,89 alta; e, entre 0,9 e 1 uma associação muito alta27. Foi utilizado o programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 17.0 para Windows para as análises e, para todos os procedimentos foi adotado o nível de significância de 5% (p<0.05) com distribuição bi-caudal.

RESULTADOS

O grupo de estudo foi constituído por 16 mulheres, que apresentaram média de idade 24,19±2,66 anos e IMC de 23,89±4,83 Kg/cm².

As variáveis cefalométricas angulares apresentadas em média e desvio padrão, relacionadas à posição da cabeça e coluna cervical foram: NSL/CVT (103±5,7°); NSL/OPT (100±6,9°); EVT/CVT (4,4±5,9°); CVA (96,9±7,5°) e CPL (78,2±3,6°). Em relação à posição espacial do osso hióide as distâncias HY/C3, HY/ML e HY/Me apresentaram em média 43,6±4,3, 14,1±5,5 e 55,8±7,1 milímetros respectivamente. O ângulo NSL/ML, relacionado à posição mandibular, apresentou média de 30,9±6,8 graus.

Na Tabela 1 estão representadas as correlações entre as variáveis posturais craniocervicais com as variáveis eletromiográficas referentes à atividade elétrica dos músculos supra e infra-hióideos. Durante o repouso, foram observadas correlações negativas e moderadas entre a atividade elétrica dos músculos supra-hióideos com as variáveis posturais NSL/CVT e NSL/OPT, bem como uma correlação positiva e moderada com ângulo CVA. Durante a deglutição do biscoito a atividade dos músculos infra-hióideos apresentou correlação negativa e moderada com a variável NSL/OPT.

Na Figura 6 estão representados os resultados referentes à atividade elétrica dos músculos supra e infra-hióideos durante a deglutição da água, gelatina e biscoito.


A análise de variância de medidas repetidas mostrou que houve uma diferença significante entre os músculos supra e infra-hióideos (F=4,32, p=0,04) durante a deglutição, sendo observada uma maior atividade elétrica para os supra-hióideos durante a função deglutitória de todos os elementos testados. Em contrapartida, a atividade elétrica dos músculos infra-hióideos (44,28±19,42) foi significantemente maior (p=0,00) que a dos supra-hióideos (14,08± 4,67) durante o repouso. Também foi observada uma diferença significante entre as deglutições (F=20,24, p=0,00). Por meio do teste HSD de Tukey observou-se que as diferenças estavam entre a deglutição do biscoito comparado à deglutição da água (p=0,00) e do mesmo com a gelatina (p=0,00). Paralelamente, como não foi observada interação entre os músculos e a deglutição (F=1,01, p=0,37), pode se generalizar o efeito das diferentes deglutições na atividade dos dois músculos.

Assim, pode-se inferir que a deglutição do biscoito exigiu maior atividade de ambos os músculos em relação à água e à gelatina.

DISCUSSÃO

Considerando a relação inversa que os ângulos mantêm entre si, biomecanicamente, pode-se dizer que: à medida que os ângulos NSL/CVT e NSL/OPT aumentam o ângulo crânio-vertebral (CVA) diminui o que caracteriza uma rotação posterior do crânio sobre a coluna cervical superior20.

Neste estudo, a correlação observada entre os ângulos NSL/CVT, NSL/OPT e CVA com a atividade eletromiográfica dos músculos supra-hióides durante o repouso, pode ser atribuída às alterações posturais no segmento mandibular decorrentes da rotação posterior da cabeça.

Pela interação entre os sistemas craniocervical e craniomandibular, a hiperextensão da cabeça produz uma elevação do plano mandibular, com consequente ativação dos músculos masseter, com o propósito de manter a boca fechada, o que pode refletir na menor ativação dos músculos supra-hióideos28.

A modificação da posição mandibular altera o comprimento das fibras musculares, resultando em uma mudança na atividade eletromiográfica tanto dos masseter quanto dos supra-hióides28. Nesta situação, a maior ativação do masseter, traciona a mandíbula para cima promovendo uma tensão passiva dos supra-hioídeos, resultando na menor ativação destes músculos no repouso. Em contrapartida os infra-hioídeos aumentam sua tensão no repouso, para manter a estabilidade do osso hióide29. Considerando que os principais músculos que deslocam o osso hióide superior (milo-hióide) e anteriormente (geniohióide) se originam na mandíbula, a posição que esta assume interfere diretamente sobre estes músculos pela relação comprimento-tensão5.

O sinergismo muscular existente no sistema craniocervicomandibular foi previamente demonstrado na literatura. Os estudos destacam a hiperextensão do crânio como a alteração postural que mais comumente leva a modificações no posicionamento da mandíbula e osso hióide12,20,30.

Em um estudo recente22, a partir da interpretação das correlações encontradas para os ângulos NSL/OPT, NSL/CVT e CVA com a posição mandibular e hióidea, concluiu-se que a hiperextensão do crânio ocasiona a elevação da mandíbula e, consequentemente, o aumento da distância do hióide ao mento, colocando o músculo supra-hióide em uma posição de desvantagem para exercer sua função.

Durante a ação deglutitória, no entanto, não foram observadas correlações significantes entre a condição postural craniocervical e a atividade elétrica dos músculos supra-hióideos. Apenas uma única correlação inversa e significante foi estabelecida entre o ângulo NSL/OPT e a atividade elétrica do infra-hióide durante a deglutição do biscoito. Acredita-se que esse resultado possa ser atribuído ao reduzido número de indivíduos deste estudo, bem como a sua condição postural craniocervical com valores médios próximos da normalidade para o ângulo CVA. Tendo por base a repercussão da hiperextensão craniana sobre a ação do supra-hióideos pela interdependência craniomandibular, as correlações entre essas estruturas durante a ação muscular podem não ter sido evidenciadas devido à condição de normalidade da postura craniocervical dos participantes deste estudo.

Os resultados do presente estudo, também demonstraram uma atividade elétrica significantemente maior para os músculos supra-hióideos durante a deglutição da água, gelatina e biscoito. Tal achado se explica pelo fato de que o ato de deglutir é, primordialmente, exercido pelos músculos supra-hióideos, cuja ação promove o deslocamento do osso hióide em direção ântero-superior7.

Cabe salientar a importância do deslocamento hióideo na direção superior e anterior, uma vez que, quando reduzida a ação dos músculos supra-hióideos, pode haver uma menor abertura do esfíncter esofágico superior, ocorrência de penetração e/ou aspiração de alimento, além da permanência de resíduos faríngeos pós-deglutição31.

Por fim, foi constatada que a deglutição do biscoito exigiu maior atividade muscular dos supra e infra-hióideos quando comparada à ação deglutitória da água e da gelatina. Sabe-se que a viscosidade tem um efeito considerável sobre a deglutição, sendo que bolos com maior viscosidade tendem a ser deglutidos com menor velocidade devido à maior resistência ao movimento e, por isso, com maior atividade dos músculos responsáveis pela deglutição32. Ishida et al.33 observaram maior excursão hioídea ântero-superior na deglutição de alimentos de consistências sólida comparado a líquidos, em indivíduos jovens normais, confirmando a necessidade de maior atividade muscular na deglutição de sólidos.

CONCLUSÃO

A posição de hiperextensão do crânio repercutiu na menor atividade dos músculos supra-hióideos no repouso e, nos músculos infra-hióideos, na deglutição. Os músculos supra-hióideos foram mais recrutados na função de deglutição, em relação aos músculos infra-hióideos. As diferentes consistências do alimento deglutido influenciaram na atividade muscular, com maior recrutamento de ambos os grupos musculares avaliados durante a deglutição do biscoito, comparado com a deglutição de água e gelatina.

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Recebido em: 14/11/2012

Aceito em: 17/06/2013

Conflito de interesses: inexistente

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  • Endereço para correspondência:

    Maria Elaine Trevisan
    Universidade Federal de Santa Maria
    Avenida Roraima 1000 – Prédio 26, Sala 1308 – Cidade Universitária – Bairro Camobi
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    CEP: 97105-900
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      18 Set 2013
    • Data do Fascículo
      Ago 2013

    Histórico

    • Recebido
      14 Nov 2012
    • Aceito
      17 Jun 2013
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